sábado, 30 de outubro de 2010

Profano


Meu amor
Profano amor
Grande amor
Maldito amor
Colorido e sem cor

Que me rebaixa à loucura
Que me tira de tempo
Que me leva pra lua
E me traz com o vento

Numa manha sorrateira
Como quem nada quer
Me envolve por inteira
Depois foge, dá no pé

Mas eis que retorna o caminho
Diz que tem um coração em pedaços
Me implorando carinho
Se atira em meus braços

A metáfora arquiva
O que ele diz pra mim
Mas logo se esquiva
E retifica que não é bem assim

Derrama minhas lágrimas
Depois me sopra os cabelos
Me aborrece com lástimas
E me arranca sorrisos inteiros

Odeio por  instantes
Mas só sei  amar
Então, amo mais que antes
E me entrego sem reservar

Meu profano amor
Antes não tivesse sido
Antes não tivesse tido
Antes não tivesse ido
Antes não tivesse lido

Anne Andrade



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