"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada." ( Clarice Lispector )
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Parcialidade evolutiva
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Devaneio tolo
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Pensar
terça-feira, 20 de julho de 2010
Aos 17
Menos um para viver
Mais um que já vivi
Dias... do tempo, á mercê
Será que agora eu levanto?
Tomo um rumo nesse mar?
Já tá ou passou do ponto?
Será que agora dá pra voar?
E meu coração? Esse mero pulsador
Guardado em lata de conservar
Teria, alguém, um abridor?
Vê se ensina o ignorante a amar
E meus sonhos?
Não quero, nem posso deixá-los
Passei todos esses anos
Para construí-los e aperfeiçoá-los
E minha criança?
Ah... essa vai comigo
Não a quero só como lembrança
Mas, quero a pureza servindo de abrigo
E Meu Deus?
Imploro que seu amor por mim não cesse
És o topo dos sonhos meus
E de minha alma, o alicerce
Sou dessa rota, navegador
Do desejo, ser feliz
De minha história, escritor
E da vida, aprendiz
...continua aos 18.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Sou
Se tento me definir
Entro em contradição
Sou o meio termo do sentir
Sustento-me na oposição
Não tenho certeza do que sinto
Acho até que minto
Atropelam-me todos os sentimentos
Escrevo e derramo minha alma
Aglutinados estão alegrias e tormentos
E frustradas as tentativas de restituir a fleuma
Apostando aliviar o coração
Á mais intensa tempestade sou acometida
Ventos levam pra mais longe a explicação
Para essa existência conturbada e estarrecida
O infinito habita em meu ser
O vazio preenche minha alma
Sou o não querer do bem querer
O veneno do caos, êxtase da calma
A metamorfose ambulante e a estagnada
Do riso, tristeza e alegria
A emoção racionalizada
O sol da noite, a lua do dia
Sou do doce, o amargo
Do amargo, o azedo
Do azedo, o salgado
O paladar do dedo
Nas águas, uma chama acesa
Nas chamas, o gelo a arder
Nos céus, a liberdade presa
Na terra, o pó que não se vê
Sou a diagonal do horizonte
O frio que aquece
O raro que tem de monte
O imortal que perece
Sou ângulo maior que 360°
O produto de todos os algarismos de 'pi'
O 73 do 50
O que soma ao dividir
Relógio anti horário é o meu
Estou á zero negativo do equador
A oeste o meu sol nasceu
E á norte ele irá se pôr
Sou a hipérbole em eufemismo afogada
A denotativa conotação
Gramática de regras ausentadas
O termo implícito da oração
O fóton que não foi tragado
O cloroplasto animal
A proteína sem aminoácido
O recessivo que é normal
Não importa se sentido eu faço
Importa que, sou
Nem qual o caminho que traço
Importa que, vou
Anne Andrade
Relatividade
Não importa que te importe
Outros não terão apreço
Se acha que teu fim é a morte
Outros dirão ser o começo
Não sofra, se poupe
Tudo é questão de opinião
Basta mudar o ângulo
E altera-se o campo de visão
Não te desgaste
Não queira que o outro pense igual.
Se queres viver pra sempre
Ele se acomoda em ser mortal
Podes até lutar pela paz
Mas ele preferirá ser hostil
Podes querer sempre mais
Ele talvez goste mais do vazio
Mas que mal pode haver
Em apontarmos diferentes direções e sentidos?
Monótono e chato o mundo há de ser
Se num só ponto todos forem convergidos.
Anne Andrade.