terça-feira, 19 de janeiro de 2016

É triste

Não é belo o que escrevi
É triste
É sobre a pior coisa
Que existe

É meu medo
Criptografado
É segredo
Disfarçado

Não se encante
Não tem flor
E não se engane
Só há desamor

Pranteei lágrimas e alma
Estilhacei coração e cara

Disseram-me, então
Que assim aprenderia a amar
Recuso-me dessa lição
Deixa esse sentimento para lá

E tenho algo a acrescentar:
Se esse órgão pulsante
Esquecer de bater e começar a apanhar
Lançarei-o fora e porei
Uma pedra em seu lugar.

Anne Andrade
21 de dezembro de 2015

Quem disse em amor?

Quem disse em amor?
Quem esteve lá?
Não me engane, por favor!
Quem sentiu? Onde está?

Só creio se eu vir
E tocar
E sentir
E amar

Seria possível
Ser da maneira
Que dizem os livros
Ou isso é asneira?

E se for perversidade
De autor desvairado
Para que sejamos infelizes
Por buscarmos o inencontrável?

E se foi assassinado?
Escondido? Banido?
E se esgotado?
E se o transformaram?

Será que se consumiu
Por ser muito usado
Ou será que foi extinto
Quando muito ignorado?

Alguém me evidencia
Qual o seu paradeiro?
E não me venha com pedaços
Quero vê-lo por inteiro

Anne Andrade
17 de janeiro de 2016

Amasse

Amasse-me
E me jogue fora
Ah, se amasse-me
Como outrora

O “amasse” do amor
Em cruéis segundos
Agora é o “amasso” em dor

Arranca-me do teu livro
Feito rascunho não quisto
Amasse-me agora
E me lança fora

Anne  Andrade
03 de outubro de 2015