terça-feira, 4 de outubro de 2011

Estereotipagem

Você nunca foi tão você como no instante em que temeu não ser você. No momento de negligência em que se despiu de seus finos e fétidos trajes – que são seus, no entanto, não são você – e sua alma, da brecha gritou em seu minuto mais triunfal.
Em sua plena nudez do que julga ser você, sua alma cândida bradou, ela não é nada menos que você. Pode até não ter percebido, mas foi ali que vibrou uma tímida voz, a sua voz, você, instante em que foi voz e deixou de ser eco, eco do que outros gritaram. 
[...continua]
Anne Andrade
16 de dezembro de 2010


Nenhum comentário:

Postar um comentário