segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Apocalipse


Oh, não temas o porvir
Disse quem não tem idade
Aquele que é, era, e há de vir
Que detém toda a autoridade

Aquele de cinto de ouro
Pés semelhantes a bronze polido
De olhos como chama de fogo
E que fala a quem tem ouvido

Aquele que abre o livro
E desata cada selo
O leão da tribo
Do trono, o cordeiro

Nos selos, cavalos
Nas trombetas, trovão
Na promessa, não deixá-los
Na promessa, galardão

Uma mulher vestida de sol
Perseguida pelo dragão
Grávida, grita, só
E dá à luz o filho varão

Sete flagelos anunciados
Taças de ira derramadas
Eufrates, secado
E a Babilônia, derrocada

A besta surge do mar
Dum mar de gente
E um lago se torna seu lar
Lago de fogo e enxofre ardente

Tive medo e chorei
O cordeiro me tomou nos braços
Me disse que era Rei
E assegurava nossos laços

Me prometeu uma cidade
De nova Terra e novo Céu 
Me ofereceu a eternidade
E me estendeu sua destra fiel

Eu li a última página
Está tudo bem
Não haverá mais lágrima
Termina em Amém!

Anne Andrade
20 de novembro de 2010

3 comentários:

  1. prefiro a Anne lírica à Anne épica, embora essa escreva muito bem também...
    mas pode ignorar que eu sou um à toa!
    :)

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  2. É incrível... A gente (nós, sim nós, que gostamos da poesia) tem mania de se perder e findar se encontrando em palavras. Muito, muito bonito Anne! Parabéns!

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