segunda-feira, 14 de junho de 2010

Bolha de sabão


Imprescindível meu lar
Uma bolha de sabão
Delicado e peculiar
Nem sei ao certo se é real ou imaginação

Numa esfera sou limitada
Em êxtase, ao incomensurável
Vivo o tudo e tenho o nada
Permaneço frágil e intocável

Mas não me sinto só
Trago comigo a solidão amiga
Tenho o universo em meu derredor
Essa “nave” peregrina me abriga

Assim, vago na amplidão
Conduzida pelos ventos
De tudo vivo e de tudo tenho noção
Ainda que em pensamentos

Mas não, não chegue muito perto
Não podes me tocar
Tenho medo do mundo externo
Mortaliza-me tua atmosfera, teu ar

Gosto mesmo é daqui
Dessa bolhinha ambulante
O infinito é o que vivi
Mas posso ser sua por um instante

Perpetue-me em sua vida
Deseje-me por um momento
Mas que a distância seja mantida
Tu de fora e eu de dentro

Não pergunte o que há em mim
Nem qual minha direção
Apenas ame essa esfinge
Que reside numa bolha de sabão.
Anne Andrade
12 de junho de 2010

7 comentários:

  1. O anjo torto que vive na sombra que falou :D

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  2. Incrível, como você teve a genealidade de me transportar para uma bolinha de sabão.
    Espero que suas palavras se imortalizem, e que esse Blog seja muito divulgado, um mundo melhor, justo e educado começa assim. "De pequenas atitudes, e grandes pensamentos".

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  3. ' Já te falei num já? o quanto você é geniaaal, seus textos, seus poeemas, muito tocantes, profundos, liindos! DE VERDAADE, PARABÉNS AMG! Continue assim :)

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